Estar em uma praia naturista,
nome hipster para praia de nudismo, é esquisito. E não sou só eu quem acha,
não. Os funcionários do quiosque demonstram que acham esquisito quando falam
comigo olhando fixamente para os meus olhos sem piscar. É quase como um aviso:
"veja, eu só estou olhando para os seus olhos, só para os seus olhos, Ok?
Olhos. Somente olhos!" É esquisito para os homens, parece. Sempre que eles
se cruzam, se cumprimentam -- coisa que em meus 24 anos de praia nunca vi
acontecer quando os dois protagonistas do diálogo estão de sunga. O cumprimento
me parece um pedido de autorização para medir o falo alheio, coisa que é
impossível não fazer em uma praia de gente pelada.
Isso acontece porque todo mundo
que conheci durante os cinco dias em que fiquei hospedada em Tambaba (a 30 km
de João Pessoa, na Paraíba) era curioso, e não naturista de carteirinha -- me
incluo na estatística. Não tinha um que não parecia constrangido. Mas, como
todo baile a ser seguido, permanecemos balangando nossos membros balangáveis
pela esplêndida paisagem, mesmo não tão confortáveis.
FONTE
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